Andei refletindo, ao me deparar com uma questão de gramática, sobre o conceito de sujeito que aprendemos na escola. Na sala de aula, logo na séries iniciais, ouvimos que
sujeito é o ser que pratica a ação. Se o professor ainda for bonzinho, acrescenta que essa ação é expressa pelo verbo. Tratei, um dia desses, de problematizar e ver o que falha nesse antigo conceito.
A frase era a seguinte:
Naquela reunião, falou-se somente a verdade.
Frase que se encontra na voz passiva sintética, pois o "verdade" (classificado como sujeito pelo autor da gramática) estaria sofrendo a ação praticada por... por quem mesmo? Ora, o verbo falar se encontra na 3° pessoa do singular + o se ( que aqui funciona como partícula apassivadora, já que a voz pode ser passada para a passiva analítica (A verdade foi falada).
Entretando, mesmo sendo possível a mudança de voz, ainda não se nota a definição de sujeito como ser que pratica a ação. A verdade sofre a ação praticada pelo verbo falar (falado), mas quem falou
a verdade? Ou melhor, quem fala, fala alguma coisa (verbo falar - transitivo direto). Na frase em questão, alguém falou a verdade... mas não dá pra saber quem falou.
Com isso, eu vi que nem sempre sujeito é aquele que pratica ( e nem recebe) a ação, pois a verdade, embora falada, sofrida a ação expressa pelo verbo, tem que ter sido falada por alguém. Ou ela mesma foi que falou? Que confuso em!